sexta-feira, 12 de agosto de 2011
O futuro próximo... (... é o do próximo)
O futuro próximo...
(... é o do próximo)
Sobre a crise que se iniciou em 2008, já todos sabemos de uma forma ou outra, como começou: Por causa de uns seis bancos de confessa ineficiente administração, e que poderiam ter ido à falência, os governantes dos países mais ricos do planeta, ofereceram-lhes dinheiro dos tesouros nacionais para que não inflacionassem a crise. Os governos ficaram sem dinheiro e agora o pedem emprestado a esses mesmos bancos... É evidente o engodo em que os cidadãos caíram. Perderam o dinheiro e agora pagam de novo para cobrir os empréstimos.
Os bancos agiram em conjunto com as empresas que avaliam o “risco-País”, um índice que mede a capacidade de um país receber investimentos de forma segura para os investidores. Um deles, a Moody’s, rebaixou a lixo A Grécia, depois Portugal e questionou na ordem a Espanha, a Itália, os EUA, a França. Incrível como a amoralidade do capital internacional age primeiro em cima dos governos para que os salvem da crise, e depois os afundam no conceito internacional. Isso apenas se explica de duas formas: os governantes estavam em conluio com os Bancos e as Empresas de avaliação, ou foram ingênuos para não dizer outra coisa.
No histórico da crise – que não houve de fato – em 2008, e até 2011, contabilizam-se movimentos de rua na Grécia, em Portugal, na Espanha, na Inglaterra, na França, no Chile, revoltas na maioria dos países da África do Norte. Parece estar havendo uma convulsão social no mundo inteiro, e certamente muito mais movimentos irão para as ruas. Convulsões sociais são como hidras que se espalham com suas cabeças de tentáculos de serpentes e envolvem todos os escalões da organização social. Generais aderirão aos movimentos, uns prós e outros contra, e o que parece estar realmente em jogo, agora, já não é a crise dos Bancos, nem a posterior crise social. Julgam-se agora as democracias em que vivemos, porque as ações tomadas pelos governos foram completamente inusitadas, inesperadas, atentando contra aquilo a que chamamos de “coisa pública”.
Enquanto a hidra não chega ao Brasil – e chegará – observamos políticos dizerem que a crise será suave por aqui, que a Inglaterra quer limitar a NET via redes sociais, que os EUA declararam a NET como território de guerra, que na Noruega um sujeito de extrema direita provocou incêndios em edifícios públicos e matou quantidades de jovens ligados ao partido trabalhista, assassinam-se juízes no Brasil que defendiam a sociedade contra a corrupção. No mesmo Brasil, descobre-se que havia corrupção nos ministérios dos Transportes, do Turismo, das Forças Armadas, na Prefeitura de Petrópolis, povo e governo com grandes dissidências no Estado do Espírito Santo, e o líder do congresso Sarney pretende desafiar a presidente Dilma. Abílio Diniz queria usar o dinheiro do BNDES para comprar mais uma empresa, que por puro acaso não queria ser vendida...
O que esperamos?
Os mais ricos estão bem. Estão bem relacionados com os Bancos, têm uns bons conceitos agora como bons pagadores, já que conseguiram dividir a sociedade brasileira em duas castas hindus: os bons pagadores e os maus pagadores. O filme de Glauber Rocha “O pagador de promessas” não ganharia a palma de ouro num governo governado por Bancos. ..
Aos remediados, que se julgam ainda ricos, junta-se a classe “c”, agora com outra conotação: dividiram a sociedade brasileira, também sob padrões banqueiros, e temos de AA a CC.. o que não cheira muito bem tais divisões em classes. Não estou certo de que haja uma classe B!
A maior das classes, que é aquela que cata lixo, come em latões de lixo nas cidades, que se esconde, que vive pelas aldeias afastadas das cidades e que come o que planta, trocando vinte quilos de batatas por uma camiseta, ou vendendo o voto para tomar leite, e que quando aparecem e se descuidam lhes batem, prendem ou tascam fogo. Esses não têm internet, não têm como se defender, não têm opinião que possa ser ouvida.
Quando a crise ameaçar a sociedade brasileira, vão dizer que os cidadãos são baderneiros. A polícia sairá para as ruas com seus coturnos frios, suas bombas quentes de gás lacrimogêneo, e os direitos humanos serão esquecidos.
Esqueci de uma classe: a Classe dos deslumbrados! Estes gostam do que gostam e isso lhes é suficiente. Vivem num mundo á parte e apático e temos que respeitar numa sociedade democrática. Não contribuem para a evolução da cultura, e alguns até fazem parte de obras de caridade, dando o que podem numa sociedade em que os governos tiram tudo, até a vontade de ser democrático.
Serão duros os tempos que nos chegam dos grandes escritórios dos maiores bancos do planeta. O capital comprou a moral e a democracia.
Rui Rodrigues
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