quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Porque qualquer um pode ser Presidente, ....


Vice-presidente, ministro, senador, deputado, vereador, prefeito...

Não é necessário ser ilustrado, fazer cálculos matemáticos, entender de medicina, de administração, de filosofia, ou de qualquer outro ramo das ciências exatas ou não exatas, mas muitos de nós não percebemos a razão desta “não necessidade” de um deputado, por exemplo, não precisar entender nada de nada, podendo ser completamente analfabeto, ou ser jogador de futebol que não pagava a pensão alimentícia à mulher...

Não percebemos as razões porque nos falta educação. Não percebemos porque nos obrigam a viver sempre de esperanças em governos melhores, e quando os candidatos passam apregoando o que vão fazer por nós, em “seu” governo, votamos neles, com toda a nossa ignorância e todas as nossas esperanças, dizendo a nós mesmos: “agora vamos” !!!

Não vamos... Assim, não vamos, não iremos! E nem importa quantas passeatas se possam fazer por dia, por mês, por ano...

Não vamos, não fomos e não iremos, porque não existem representantes no senado que representem todas as profissões que existem neste Brasil. Eles são 81, os senadores, e existem muito mais do que 81 profissões da classe trabalhadora, algo em torno das 800... Aliás, são poucas as profissões que têm seu representante no Senado que “entenda” das necessidades de cada profissão... Os profissionais de nossas ruas, fábricas, empresas, comércio... Não estão representados no Senado, nem na Câmara de Deputados, nem nas câmaras de vereadores.

Não vamos, não fomos e não iremos, por que esses senhores e senhoras que nos governam fazem parte de um sistema de governo que não foi desenhado para representar – Mas dizem que sim, e chamam a esse tipo de democracia, de Democracia Representativa – pelo próprio modelo: Alguém indica os candidatos, sai pelas ruas apregoando as vantagens de escolhermos tais candidatos, e pela simpatia votamos neles a cada quatro anos... Mas quem os indica?... São os chamados Partidos Políticos, as chamadas “bases”. Lá, nos escritórios, aparentemente á margem do governo, os candidatos são instruídos sobre o que fazer, como fazer, para ganhar as eleições, são maquiados, mudam de roupa, vestem-se de suas novas personalidades: Já não são operários, nem engenheiros, nem médicos, nem nada... Agora são candidatos e acabaram de perder a representatividade porque agora representam os Partidos que os elegeram.

Não vamos, não fomos e não iremos assim, a lugar nenhum nos próximos dois mil anos... Por quê?

Porque já no Senado, nas Câmaras, nos ministérios, a realidade é diferente da realidade das ruas, das praças, dos escritórios das nossas cidades, ou das agremiações de pequenas vilas do interior. Lá, no Senado e nas Câmaras, cada “representante” eleito ou indicado pelos que governam, devem atender antes de mais nada, aos seus Partidos, aquelas instituições que cuidaram tão bem das eleições, que angariaram fundos para pagar as despesas da eleição e que tão bem cuidaram da imagem dos candidatos... Nesses Partidos, gente experiente ligada à mídia, à moda, ao comércio, continua ligada àqueles que contribuíram com tão elevadas somas de dinheiro, “investindo” nos candidatos, e que tanto retorno lhes exigem depois de eleitos... os lobbies de que tanto se fala, e que agem nos corredores do governo, têm agora a mera função de cuidar de seus interesses: os acordos foram feitos antes, muito antes, durante as eleições: verbas, dinheiro, em troca de votos populares... Agora, já nos corredores, cuidam para que esses interesses sejam cumpridos pelos candidatos, e, em dia de votação no Senado, por exemplo, lá estarão vendo seus candidatos votar conforme instruído aos partidos, que por sua vez instruem os candidatos eleitos...
Por isso, poderiam colocar no senado uns robôs bem maquilados, com voz de papagaio, para acenarem com a cabeça mecânica para cima e para baixo se de acordo ou a abanarem para os lados se em desacordo... Não de acordo com o povo, mas sempre de acordo com o partido.

Por isso votam a favor dos aumentos de seus próprios salários, no aumento dos impostos, equipamentos de saúde não funcionam e ficam guardados em depósitos- tal como ambulâncias, aceitam alterações à Constituição através de Medidas Provisórias, aprovam a privatização através de contratos de pai para filho que mantém as nossas estradas em péssimas condições, bairros inteiros sem infra-estruturas, professores mal pagos, bolsa família que só dá pra um... Todos nós sentimos no estômago, na nossa saúde e no nosso bolso, o que é essa tal representatividade dos governos... E não importa qual o partido no governo: candidato eleito faz o que o Partido lhe manda fazer. Partido manda fazer o que os financiadores de campanha lhes dizem para fazer... E assim o dinheiro de nossos impostos se esvai sem que vejamos algo de bom ser feito com ele...

Está na hora de começarmos a gritar pela Democracia Participativa: o cidadão dando seu voto a qualquer hora do dia, com força para eleger/deseleger e aprovar/desaprovar, para que esteja assim devidamente REPRESENTADO nos órgãos de governo... Somente a Democracia participativa pode representar o povo...

(Sobre Democracia Participativa, por favor ver em http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/
http://www.causes.com/causes/632542-junte-se-democracia-participativa/members

Rui Rodrigues

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