quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O Brasil, a crise que não houve e hoje há, e as medidas para combatê-la

O Brasil, a crise que não houve e hoje há, e as medidas para combatê-la

Quando em 2008 os bancos se aproveitaram de dois ou três outros que deveriam ter falido, e foram ao governo norte-americano pedir ajuda em geral, criaram a crise de 2008 que realmente não existia... Bastava ter deixado esses três ou quatro bancos falirem e a crise se continha. No futuro, os Bancos aprenderiam a não ser tão ambiciosos.

(Ofereceram créditos em demasia, pagaram altos salários aos executivos, e quando verificaram que tinham passado do crédito ao sem crédito, choraram... Os demais Bancos não ajudaram, para não serem arrastados porque possuíam ações e interesses nesses Bancos. O governo norte-americano saiu em ajuda dos Bancos, entregando-lhes o dinheiro público, a juros baixos, talvez em troca de uma ajuda nas próximas eleições... Obama vai ser re-eleito, e se não for, para os bancos isso não interessa... Outro em seu lugar lhes defenderá os interesses...)

O mundo inteiro, ou melhor, os governos do mundo inteiro entregaram as suas reservas, ou boa parte delas para ajudar os Bancos, esquecendo que o governo dos EUA já os tinha ajudado... Ora, se o presidente dos EUA caíra na conversa, porque não cairiam também os Bancos da Europa e da América latina e Japão, se suas economias eram ainda mais frágeis e mais fáceis de serem convencidos?

E lá se foram as reservas das maiores economias do mundo para evitar a crise. Evitou? Claro que não. A idéia dos galos banqueiros sair correndo pelo terreiro para apavorar todos os governos do planeta não era para evitar a crise, mas para criá-la e mais tarde emprestar esse mesmo dinheiro a esses mesmos governos, o povo tendo que entrar em recessão e pagar juros por anos a fio...

(Muitos governos das principais potências mundiais serão re-eleitos...
Esta crise veio para ficar. A não ser eterna, como pretendem, será muito longa...)


Aqui no Brasil, convenceram nossa presidente Dilma que poderia sem susto afirmar que a crise não se faria sentir com tão grande impacto como nos outros países... Como não, se o capital foi enxugado e está em mãos de banqueiros que não o soltam para a capacidade produtiva? Se esse dinheiro se destina a pagar juros? Há muito que grandes empresas enxugaram o seu capital, retirando-o do meio circulante na expectativa de comprar mais empresas ou ações de empresas... Com a redução do capital de giro, a produção caiu, o desemprego aumentou... O sr. Ministro da economia sabe disso, sempre soube disso...

O Sr. Ministro da economia também sabe que tem que reduzir a taxa de juros para que a produção aumente.... Mas para quê aumentar a produção se o mundo, em recessão, vai comprar menos produtos do Brasil? Mas isto, o Sr, Ministro também sabia há muitos anos, desde quando largou os Bancos da Universidade onde estudou. Quem não sabia era o povo brasileiro...

Agora Dilma tenta subir o salário mínimo que havia impedido antes de ser maior, porque a inflação está chegando a cavalo... De 4% previstos para o ano, deve bater os 7% ou mais, uma inflação de 50% .. Isto é uma catástrofe que nos faz lembrar a inflação dos tempos em que Collor era presidente e antes... Collor já saiu depois de ter enxugado não as verbas públicas, mas as poupanças dos cidadãos, que, revoltados, foram para as ruas...

Afinal... Dilma sabe ou não sabe que tem no governo um ministro que não sabe cuidar do povo com uma visão superior a quatro anos? Um ministro que abriu as portas ao capital exploratório em vez do capital construtivo, que convenceu o senado a doar as verbas públicas para os Bancos, e que agüentou a taxa alta de juros até que não pôde mais, porque a situação é evidente para os milhares de economistas- e nem todos somos economistas – mas que entendemos como se move a economia mundial?

É tempo de revisão, presidente Dilma, de mais um ministério, antes que caia de maduro... já sabemos que quer tirar da miséria mais uns milhões de bons brasileiros que o merecem mais do que ninguém, mas para ser possível, o ministério da Economia precisa rever seus caminhos na mesma intenção e intensidade.

Rui Rodrigues

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